- Edilene Meyer
A importância do estudo teórico na Dança do Ventre
A importância do estudo teórico na Dança do Ventre Pesquisa realizada por Edilene Oliveira de Souza Meyer do Módulo Fundamentos da Dança do Ventre do Curso de Formação e Capacitação em Dança do Ventre oferecido por FIDES Centro de Cultura Lazer e Saúde sob coordenação de Priscila Genaro.
Introdução e Justificativa Conhecer a história da dança, sua origem, suas tradições e evoluções, bem como a importância do estudo da musicalidade na dança. Nesta pesquisa, pretendo demonstrar tal importância. Tema este escolhido por senti-lo pouco abrangido durante o aprendizado da dança, de forma geral. A grande maioria das professoras e/ou escolas de dança apenas ensinam os movimentos, apenas o dançar, e nada mais. É como um siga o mestre: a aluna vai para as aulas, repete os movimentos que são repassados e depois tenta colocá-los nas músicas, muitas vezes em coreografias montadas pela professora, sem saber o mundo que existe por trás da Dança do Ventre. O que gera tamanha confusão ao descobrir que não basta apenas saber executar os movimentos com o corpo e encaixá-los nas músicas Metodologia Para a pesquisa foi realizada consulta em sites que falam sobre o tema de estudo, disponibilizados pela internet, citados no tópico bibliografia, além de aprendizado adquirido em aulas onlines específicas sobre o tema, no período da pandemia do Covid-19.
Desenvolvimento O que é musicalidade na dança? Capacidade de ouvir estruturas da música e expressa-las através da dança, que pode ser treinada e melhorada.
“O estudo de todo o contexto existente na música, seja ela qual for. Fundamental para dançar, organizar e disciplinar na composição de sua coreografia”. (Fonte Michelli Nahid) É possível desenvolver a musicalidade na dança escutando a mesma música várias vezes. A repetição, com o tempo, permite a criação de novas percepções sobre um mesmo som. Observar o ritmo atentamente. Sentir o que a música quer dizer. Treinar os movimentos no tempo certo. A dança e a música se relacionam de forma complementar, pois a dança se dá através de movimentos corporais ritmados precisando, assim, de um ritmo e um som para guiá-la. Assim, cada tipo de dança possui um ritmo diferente e, com isso, um estilo musical diferente. Como a Dança do Ventre é muito técnica, torna-se necessário que a bailarina entenda o seu próprio corpo, não há como trabalhar com algo desconhecido, por isso é fundamental que conheçamos a estrutura da música árabe e todo o contexto da dança dentro da história. É preciso conhecer a origem da dança, a cultura que ela representa, para que se tenha o devido respeito a toda a comunidade oriental. A música árabe é muito complexa devido à infinidade de instrumentos, ritmos e letras; quanto mais o bailarino entende o que está dançando, melhor e mais rica fica a sua dança. Sabendo como reagir em cada ritmo, mesmo dançando uma música desconhecida, a bailarina sabe o que fazer em cada momento musical. Os elementos concretos da musicalidade são: melodia, ritmo e harmonia na dança, por exemplo. Mas ainda há a parte mais abstrata, que, ao contrário da anterior, não é exatamente mensurável ou racional, acrescentando muitos aspectos subjetivos e particulares à arte. A falta de habilidade rítmica pode causar uma leitura lenta, silabada, com pontuação e entonação inadequadas. O ritmo é de grande importância, pois ele se reflete diretamente na formação básica e técnica e na criação de movimentos. Parte de publicação em 17 de março de 2017 por Nanci Rocha: Como fazer a leitura musical. Podemos começar nos indagando: 1-Como sentimos a Dança do Ventre? 2-Quais são as sensações ao ouvir os instrumentos que a compõem? 3-Como reverter seus sentimentos em técnica? Observando a Dança do Ventre em espetáculos ou vídeos na internet, damos conta de que sua leitura é como um poema, uma história a ser contada. Algumas leituras musicais focam a precisão (derbake), outras a poesia e o deleite (Tarab), uma história de um povo (folclore), e também uma junção de todos esses elementos
(clássica). Na dança somos responsáveis por ler a música e com o nosso corpo transformar os acordes em movimentos, uma leitura não falada e sim construída através de um leque de movimentos aliados a sentimentos. Melodia e ritmo. E é através da melodia que podemos dançar. O ritmo é fundamental para a existência da melodia. Podemos observar as acelerações e desacelerações dele dentro de uma música. As marcações certas nos ritmos, assim como as pausas junto à melodia. Se há presença da voz observe o tom da mesma, para que você possa seguir o que ela está imprimindo. Que entonação a voz assume em determinados trechos. A técnica aplicada requer organização e expressão pra que sua dança possa transmitir de fato a essência da música a ser trabalhada: – Traduzir em movimentos o que o músico/autor compôs; – Sentir as notas e treinar o ouvido para descobrir ‘entrelinhas’ no arranjo; – Imprimir a leitura de forma que não arranhe’ o ritmo ou destoe do instrumento que ela está trabalhando. Estes são alguns pontos que devem ser observados quando for mapear a sua dança. Observe que quando a orquestra está atuando na música, seu corpo automaticamente te leva a deslocar. Quando um instrumento sola você dará a atenção a ele, o que provavelmente te levará a se posicionar em algum ponto do seu espaço cênico. E acontecendo o silêncio na música, será a pausa, uma respiração entre uma frase e outra. E assim podemos criar nossa musicalidade, nossa individualidade e com isso desenvolver danças lindas, repletas de nuances que a música poderá propiciar. Cada dança é uma obra de arte, a “sua” arte. A dança é uma arte viva, ela muda como você. Quanto mais você adquirir conhecimento, mais amadurecida ela ficará e seus passos automaticamente criaram complexidade, beleza e limpeza. E o conhecimento é infinito…
Conclusão É muito importante conhecer de onde vem a dança, quando surgiu, como era feita na antiguidade e como veio se modernizando até os dias atuais. Saber que há estilos diferentes dentro da própria dança, quais os instrumentos utilizados, os sons que produzem. A dança não é apenas dança, tem uma infinidade de outras coisas por trás dela. E para realmente expressar uma música, nesse caso com o corpo, é necessário compreender a essência dela, não apenas reproduzir movimentos aprendidos em sala de aula. Até ao escolher uma música para dançar, é importante saber quem é o compositor, qual a nacionalidade, de que fala, para então escolher o figurino, melhor ambiente quando possível, se combina com acessórios. O estudo faz toda a diferença para maior expressividade na Dança do Ventre. Bibliografia https://www.acessa.com/cultura/arquivo/danca/2015/02/18-entendendo-a-danca-do-ventre/ acesso em 01/09/2021, as 18h06m (Acre) https://www.centraldancadoventre.com.br/publicacoes/artigos/26/musicalidade-na-danca/1026 acesso em 01/09/2021, as 19h46m (Acre) https://petitedanse.com.br/a-musicalidade-na-danca/ acesso em 01/09/2021, as 20h02m (Acre)