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  • Julia Riva

Dança do Ventre com Espada

Pesquisa realizada por Júlia Riva 


Dança do Ventre com Espada


 Módulo 1 do Curso de Formação e Capacitação em

Dança do Ventre oferecido por FIDES Centro de Cultura

Lazer e Saúde sob coordenação de Priscila Genaro


Dança do Ventre com Espada - Raks Al Saif


 Resumo

A dança com a espada era dançada somente por homens e existem

diferentes histórias que explicam como se tornou uma dança feminina e foi

incorporada à dança do ventre, adquirindo uma nova simbologia. A espada

utilizada não possui corte e tem o ponto de equilíbrio marcado. A dança com a

espada inclui movimentos no ar, poses e equilíbrios em diversas partes do

corpo.

Essa pesquisa é um trabalho realizado no curso de formação em dança do

ventre, como professora e amante dessa arte, estou encantada com a história e

os detalhes por traz da dança, vou compartilhar com você o que encontrei sobre

a dança do ventre com espada.

 Introdução

Existem dois estilos de dança da espada: a folclórica, realizada por

homens e a clássica, feita por mulheres. O primeiro possui uma conotação de

luta, teve origem no Arjã realizada pelo homem mais velho da aldeia, que

golpeava a espada em um prato de metal, como sinal de vitória sobre os

inimigos. Em praticamente todo o Oriente Médio a dança da espada é praticada

apenas por homens, mas em nenhum momento ao executar esta dança, os

homens equilibram a espada nas suas cabeças ou em qualquer outro lugar.

E como foi que se tornou um acessório na dança do ventre? Encontrei


muitas versões pra essa resposta.


 Possibilidades de Origem

1. Forma simbólica de libertação das mulheres, que subjulgadas pelos

homens, começaram a dançar com estas armas de guerra, símbolos da violência

e do poder, com movimentos sinuosos, delicados e com equilíbrio, mostrando

total controle do objeto. Representando: “Você controla a minha vida, mas não

o meu espírito.”


2. As mulheres tomavam as espadas dos guerreiros e guardas no final

da guerra e equilibravam no seu corpo para demonstrar que eram melhor como

acessórios do que como armas.


3. As mulheres dançavam equilibrando a espada na cabeça, para

chamar a atenção das pessoas e atraí-las para comprar suas mercadorias.

4. Homenagem à deusa egípcia Neit, considerada protetora, caçadora,

guerreira. Simbolizando a destruição dos inimigos e a abertura dos caminhos.


5. Homenagem a Maat, a deusa da justiça.

6. Os otomanos contratavam bailarinas para levar vinho e dançarem

para os soldados inimigos. Quando estivessem embriagados, elas pegariam suas

espadas e outras armas para dançar, facilitando o ataque.


7. Grupos de beduínos atacavam viajantes que passassem perto de

seus territórios, no deserto, durante a noite, para roubar as mercadorias que

transportavam. Os mercadores eram mortos e as mulheres beduínas ficavam

com suas espadas. Para comemorar a vitória da tribo, elas dançavam exibindo-as

como troféus.


8. Dançavam em agradecimento ou celebração da vitória na guerra.


Refletindo a luta dos árabes pela terra.


9. Os beduínos da Arábia Saudita fabricavam espadas e para

demonstrar aos interessados a excepcional qualidade de suas espadas e torná-

las bem desejáveis, escolhiam suas filhas para mostrá-las, elas aproveitavam a

oportunidade para exibir sua beleza demonstrando o quanto eram saudáveis e

atraentes, vislumbrando um possível casamento.


10. As dançarinas egípcias, as Almées, altamente respeitadas e

estimadas por todos, tinham como "privilégio", a permissão para dançar com a

espada, objeto exclusivo dos homens, símbolo de sua força, coragem e

virilidade. As Almées dançavam com uma ou duas espadas, equilibrando-as em

diferentes partes do corpo, mostrando uma dança poderosa e impressionante

com significado simbólico.


11. Na antiga tradição de algumas tribos do Oriente Médio, no ato do

casamento, o noivo entregava sua espada à noiva, que exibia virtuosamente a

espada em defesa da honra e proteção de sua futura família: com feminilidade e

doçura, porém firme e altiva. O noivo a carregava para dentro da futura casa,

colocando a espada nos ombros dela, mostrando simbolicamente que lhe

confiava o poder de liderar o lar e honrar a família.


12. Segundo MeritAton em seu livro “Dança do Ventre Dança do

Coração”, no Líbano, o homem mais velho da tribo que dançava com a espada,

atribuiu a incorporação à Dança do Ventre às Gawases.


13. A evidência histórica que levou as dançarinas modernas a tratar a

espada como um suporte folclórico vem de uma pintura do artista Orientalista

Gerome, do século XIX. Esta pintura inspirou muitas bailarinas na Europa,

Austrália, Nova Zelândia e América do Norte a equilibrar espadas nas suas

cabeças.


14. O estilo clássico teve origem nos Estados Unidos através da

famosa bailarina Jamila. Um árabe muito rico, em uma visita à Califórnia, ficou

encantado ao ver sua dança e a presenteou com uma espada de ouro. Jamila

realizou uma dança muito bonita que mesclava equilíbrio com a espada e

diversos movimentos sinuosos e de suspense. Ela realizou um cambrê apoiando

a espada no chão e, ao retornar, o instrumento ficou preso ao piso de madeira.

Perante os olhos do público, tudo fora planejado em sua dança e nesse dia,

Jamila foi ovacionada. Desde então, a Dança da Espada tornou-se um sucesso

entre as bailarinas americanas invadindo o mundo árabe por volta dos anos 60.

 Simbologia

A princípio parece óbvio associar esta dança à batalha, violência e

emoções fortes, uma vez que o objeto central é um instrumento de luta; uma

arma. O desenvolvimento da dança da espada, porém, não exprime tal


simbologia. Ao ser transferido para mãos femininas em manifestações corporais

a espada adquiriu algumas características:

a) Força: vigor e resistência energética (não de brutalidade).

b) Domínio: trabalhos de equilíbrio e acrobáticos que requerem

racionalidade, habilidade e serenidade, alcance do perfeito equilíbrio entre

corpo e mente.

c) Desafio: da própria bailarina, de superar seus limites pessoais.

d) Controle: não há demonstração de fortes emoções, durante todo o

tempo é necessário transmitir total controle, elegância e suavidade sobre a

espada.

 Tipo de espada

A espada típica do Oriente Médio é a cimitarra (scimitar em inglês, saif em

árabe, shamshir no Irã, kilij na Turquia, pulwar no Afeganistão, talwar ou tulwar

na Índia e Paquistão) é uma espada de lâmina curva, mais larga na extremidade

livre, com gume no lado convexo, utilizada por certos povos orientais, como

árabes, turcos e persas, especialmente pelos guerreiros muçulmanos.

A espada usada pra dançar não possui gume, impossibilitando o corte,

pesa em torno de 1kg.

Pode ser de diversos materiais, com pesos variados, geralmente são

prateadas ou douradas. As egípcias e argentinas são mais pesadas e possuem

desenhos e ornamentos tanto no cabo quanto no metal. No Brasil, encontramos

opções com menos detalhes e mais leves. O modelo da foto (tradicional 2018),

pesa 830 g, e mede 895 mm, é feita de aço inox de baixa dureza, o que deixa a

espada sensível a deformação da lâmina, mas facilita a reposição do equilíbrio.

O ponto de equilíbrio é marcado com chanfradura, lixa ou parafina. O

cabo pode ser em metal, madeira ou com acabamento em couro.


 A dança

Para dançar com a espada é preciso equilíbrio e domínio interior das

forças densas e agressivas. A bailarina precisa demonstrar calma e confiança ao

equilibrá-la em diversas partes do corpo com suavidade. A apresentação exige

equilíbrio e habilidade dos movimentos realizados.

Podemos usar a espada para fazer movimentos no ar, poses ou equilibrá-

la na cabeça, mãos, cintura, abdômen, ombro, coxa, pés, busto, queixo. É

comumente utilizada em músicas lentas, com movimentos sinuosos e de chão,

podendo também utilizar giros, shimies e marcações. Esta dança não requer

ritmos ou trajes específicos, mas deve-se evitar os ritmos folclóricos.

 Conclusão

Mesmo não sabendo como a dança da espada foi incluída na dança do

ventre, sabemos que ela tem origem árabe e é amplamente difundida e famosa

nos dias de hoje, desafiando as bailarinas, surpreendendo e encantando o

público.

Como professora e amante dessa arte, estou encantada com a história e

os detalhes por traz da dança. Julgo importante saber que não é uma dança

folclórica, não tem trajes ou músicas específicas, mas é preciso ter a espada

adequada e muito treino.












 Bibliografia

1. https://cadernosdedanca.wordpress.com/2010/07/21/a-danca-da-espada/ acesso

em 29/03/2021 às 10:15h

2. https://www.shainanur.com.br/danca-com-

espada?fbclid=IwAR0jWpeiGsDUsow2WFKHvxWcgRoeir0ynNQHZJkOwHrO3MRuX_H

MCpf60_A acesso em 29/03/2021 às 10:28h

3. https://bellydanceart.blogspot.com/2014/11/raks-al-saif-danca-da-espada-ou-

danca.html?m=1&fbclid=IwAR1cTgdslfrXtUG8SzrhQV7mVqars4wD3qrUg9jPEGTmHiHY

mXKai3sViLw acesso em 30/03/2021 às 10:30h

4. https://www.centraldancadoventre.com.br/a-danca-do-

ventre/modalidades/14/danca-da-espada/14 acesso em 30/03/2021 22:45h

http://www.espadano.com/espada/textos_espada.htm?fbclid=IwAR1xEcRh5W2zQQWAht2x52CR

lZO563Wj98j5cDhfIitdLBHHgDHXy7eCe1w acesso em 30/03/2021 23:15h

5. http://www.espadano.com/espada/espada_precos.htm acesso em 01/04/2021

09:00h

6. https://formacaoemdancadoventre.club.hotmart.com/lesson/97B0wjra4p/a-

danca-do-ventre-formas-e-estilos acesso em 01/04/2021 09:38h

7. https://pt.wikipedia.org/wiki/Cimitarra acesso em 01/04/2021 9:50h


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